Afinal, porque somos todos assim?


Por: Marcio Alves

Será mesmo que agimos só pela vontade e/ou razão? (“fiz porque gosto ou porque quero”) Quando uma pessoa diz que gosta mais de um tipo de comida do que de outra, de um lugar do que de outro, ou de uma pessoa mais, ou menos, que de outra, ou qualquer outra coisa é “porque gosta” e ponto final? E no caso de ter aversão, de não fazer ou ter determinado comportamento, é porque simplesmente decidiu?

O que esta realmente por trás de todo comportamento humano? Será que somos livres para fazer/ter o comportamento que desejarmos?

Primeiramente, antes de respondermos estas perguntas e todas as outras que derivam delas, temos que buscar compreender o que é o comportamento propriamente dito, aqui nesta postagem.

Segundo a visão da analise experimental do comportamento, “a relação entre atividades do organismo com os eventos ambientais, são chamadas de comportamento” (Skinner).

Portanto, todo comportamento é invariavelmente uma determinada resposta a posteriori a um determinado estimulo ambiental a priori, podendo ser reforçado, positiva ou negativamente, pelas conseqüências do decorrer de um comportamento, que possibilitará sua ocorrência (ou não) futura.

Trocando em miúdos, não há ninguém que nasça com a “síndrome de Gabriela” – eu nasci assim, sou assim e vou morrer assim – pois nosso comportamento é mutável, e, está constantemente transformando o mundo a nossa volta, como sendo transformado pela transformação do nosso comportamento, numa interação viva de organismo com o ambiente, a onde o sujeito não é um ser passivo e a parte de sua transformação, mas participante e ativo na construção de sua realidade, ainda que “inconscientemente” ou “desconhecidamente”.

O que significa dizer, que podemos tanto reforçar um comportamento, para que ele em situações semelhantes, vivenciando estímulos semelhantes, tenha respostas generalizadas, como também, extinguir comportamentos, fazendo com que as respostas venham diminuir futuramente.

Por isto é que o comportamento humano é condicionado por n fatores e estímulos sociais, psicológicos e fisiológicos, onde devemos descobrir o que esta reforçando a ocorrência de um determinado comportamento, para que assim possamos trabalhar em nós, a mudança, caso necessário, do comportamento, chegando assim num processo de extinção da resposta, começando com a diminuição até o cessar da resposta.

Agora, respondendo a pergunta que fizemos no começo do texto, não escolhemos ou decidimos ter ou/e fazer um determinado comportamento porque simplesmente escolhemos ou queremos, porque afinal somos “livres”, mas sim, pela “determinação” dos estímulos tanto antecedentes – que antecede a resposta – como, pelos estímulos conseqüentes – que são as conseqüências da resposta.

Exemplificando: “O crente “A” tradicional, porque quer escapar do inferno (estimulo antecedente) vai para a igreja (resposta), e também, porque com isto, ele consegue manter seu lugarzinho reservado no céu (estimulo conseqüente).

Já o crente “B” neo-pentecostal, ao querer ser bem de vida e ter uma ajudinha do “todo poderoso” (estimulo antecedente), não se contenta em ir somente para a igreja, ele tem que sempre dar dízimos e ofertas (resposta) para conseguir comprar o “todo poderoso”, e no menor sinal de uma situação de melhora, considerado “normal” pelo cético, é visto como prova da benção de deus sobre sua vida (estimulo conseqüente)”

Tanto nos dois casos acima, o que ambos crentes tiveram (estimulo) para ir á igreja, ou “ser” (melhor é o termo “estar”) crente (resposta ou comportamento) foi o interesse, mas o grande reforçador foi justamente a conseqüência de “estar” crente naquele momento.

Caso ambos crentes conversassem com um cético, que através de argumentos conseguisse “provar” que o inferno e céu não existem para o crente “A”, e que, conseguir melhoras na vida são para todos, inclusive ateus, para o crente “B”, possivelmente ambos os crentes não teriam mais o comportamento de estarem sendo crentes.

“O que aconteceu, para a resposta ser extinta?” Simples. Os estímulos antecedentes e conseqüentes que aliciam e reforçam todo comportamento humano, foi suspenso, e com isto também o comportamento.

O que quer dizer é que por mais subjetividade singular (ontogenetica) tenha cada ser humano, nós todos somos muito mais parecidos (filogenética e sócio-cultural) do que diferentes, e, por isto mesmo, somos tão previsíveis.

Por isto que para se conhecer e/ou controlar um determinado comportamento, o primeiro grande passo é conhecer os estímulos que estão aliciando aquele comportamento.

Diante disto tudo então, a grande pergunta não é “Qual é ou tem sido o seu comportamento?”, mas, antes “Quais são os estímulos antecedentes e conseqüentes do seu comportamento?”.

Comentários

Marcio Alves disse…
Então galera, não sei se conseguirei responder todos os comentários, pois estou muito mesmo ocupado, mas prometo na medida do possivel, tentar responder.

Outra coisa, como eu pude perceber que esta faltando "postadores", eu já mandei direto um texto, pulando aquela fase dos "bons modos" de perguntar se eu poderia postar. rsrsr

espero que não achem ruim rsrsrs
Eduardo Medeiros disse…
Interessante.

Sem dúvida, os estímulos determinam em certo ponto o comportamentos, mas de forma alguma, eles determinam. Somos sim, livres para ponderar sobre como certos estímulos nos condicionam e se for o caso, mudar de comportamento. Por exemplo:

O ateu A é um ateu "de verdade", ele não se interessa pelo tema "Deus", não discute sobre Deus, não quer provar que Deus não existe, pois isso para ele não faz sentido.

O ateu B é aquele ateu militante que tem por missão e devoção, criticar e tentar convencer ao crente de que ele é iludido.

Se você conseguir por argumentos mostrar ao ateu B dos fatos que o condicionam a agir do modo como age, ele mudará e será um ateu A. Mas fazer com que o ateu A se converta em um ateu B já é mais difícil, pois a militância lhe parece tediosa.

Mas com certeza, mudar é possível.

valeu, marcinho, pode postar a hora que você quiser, aqui você manda, já que é sócio fundador desse recanto pensante.
Levi B. Santos disse…
Caro psicólogo e amigo Marcio


Você acredita mesmo que o comportamento é causado por uma motivação inconsciente?
Somo todos assim: "não sabemos porque sabemos o que sabemos"?

Temos realmente poder para anular ou bloquear o que você denominou de “estímulos antecedentes”?
Marcio Alves, Ctrl c - ctrl v.

Pronto!... Está aí meu comentário.
De comêço eu quiz exercer minha arte de ser do contra mas percebi que eu iria acabar dando uma guinada de 360º.
Só evoluimos através do estímulo precedente e as respostas são os prêmios recebidos. Então o crente A, o crente B, o ateu A e o ateu B são frutos dos estímulos antecedentes que são mutáveis através da cultura.
"Eu sou crente porquê fui estimulado por um livro".
"Eu sou ateu porquê blá, blá, blá..."
Nós somos condicionados por estímulos. Somos estimulados a viver, somos estimulados a crer, ou não, em algo e somos estimulados até para ser feliz. Apesar de termos o poder de filtrar estes estímulos quando individuais, também somos condicionados em grupos sociais. O muçulmano foi estímulado à sua crença assim como nós, brasileiros, fomos estimulados ao cristianismo. Cada um desejando um prêmio diferente.
Claro, que por estímulo, podemos ser do contra mesmo não recebendo prêmio algum.
Este comentário foi removido pelo autor.
Edu meu caro (Você deve estar de saco cheio deste "meu caro, né?.
Somos estimulados a processos mil. Qualquer atitude tomada à nossa escolha é fruto de um estímulo. Óbvio, óbvio, óbvio...

Gostei do ateu A e ateu B. Tem também o ateu C, aquele que não acredita em Deus mas tem medo do Diabo.
Levi B. Santos disse…
Marcio


Você esboçou uma dúvida: “Será que somos livres?”

Eu queria saber se o termo liberdade aqui, se refere a liberdade de escolha, se somos livres para escolher A ou B ou C.

Os deterministas dizem que não somos livres, porque o homemcomo todas as outras coisas na natureza é determinado por causas.

Spinoza e Leibniz debateram muito sobre esse tema. Uma coisa eles reconheceram: “o problema da liberdade de escolha não pode ser solucionado, a menos que se leve em conta que forças inconscientes nos determinam, apesar de deixar-nos com a convicção prazerosa de que escolhemos livremente”.

Abraços, e não demore muito para responder aos nossos questionamentos. (rsrs)
Marcio Alves disse…
EDUARDO

É claro que o “mudar” de comportamento é possivel, tanto que no texto falo de “estar” e não “ser”, mas sempre o que irá determinar são os estimulos.

Talves o ateu “A” não se converta em ateu “B” porque os estimulos que fazem o “B” ser ou estar “B” não são suficientes para ele mudar de comportamento, mas isto, se dá, não por causa de sua “livre escolha”, mas antes, por causa dos estimulos que fazem ele estar sendo “A” serem mais fortes, do ponto de vista do “A”, do que os estimulos do “B”.

Um grande exemplo seria o caso de um homem casado dizer que os estimulos que levam ele em trair sua esposa, ser mais forte do que os estimulos que poderiam levá-lo a ser fiel.
Mas e se no caso acima, fosse feita uma lei que quem traisse deveria ser punido com a morte? Será que os estimulos consequentes de se ter um comportamento fiel não seriam mais fortes do que o estimulo de trair?

Por isso que volto para o grande mestre Schopenhauer que disse mais ou menos assim: “uma vontade só é anulada por uma vontade maior ainda, e não por raciocinios da logica”.

Parafraseando Schopenhauer: “o comportamento só é mudado por estimulos e reforçadores maiores do que os estimulos e reforços do comportamento anterior”.

Por isto eu disse que o grande passo para se mudar de comportamento, caso queira, é justamente conhecer quais são os reforçadores daquele comportamento.
Marcio Alves disse…
ALTAMIRANDO

Para te responder, eu terei que recorrer ao “Ctrl c - ctrl v” rsrsrsr
Pois como disse o mestre Jung “todos nós nascemos originais, mas morremos copia”.

Tanto isto é verdade, que dentro da visão da analise comportamental, tem uma teoria que é chamada comportamento operante que é o conceito de que todo ser humano “aprende o comportamento” atraves da modelagem social, ou seja, tudo que fazemos, só fazemos porque aprendemos com nosso meio daí nós sermos produto do meio.
Marcio Alves disse…
LEVI

Depois volto para responder ao seu comentário (ala hubner).
Por falar em hubner, cadê ele???
Marcio Alves disse…
LEVI 1

Embora a psicologia comportamental não trabalhe com os estimulos internos e nem com o inconsciente, mas sim com os estimulos ambientais, não dá para desacreditar Freud, não é mesmo? Rsrsr

Portanto dentro desta otica reducionista, digamos que os estimulos antecedentes e consequentes (a famosa regra “S R S”) não são anulados em si mesmo, mas sim trocados ou substituidos por outros maiores.
Marcio Alves disse…
LEVI 2

Concordo com Spinoza e Leibniz, dois monstros da filosofia, mas a questão levantada pela psicologia comportamental experimental é que justamente, não somos livres em escolher, pois o comportamento passa necessariamente pela triplice contigencia ambiental que é: ontogenetica, filogenetica e a cultura.

Ontogenetica que esta ligado a historia do individuo. Podemos perceber este conceito na vida contidiana. Tipo: porque “A” tem medo de rato e já “B” não tem?
Já a filogenetica diz respeito aquilo que é compartilhado pelos membros de uma mesma especie. Tipo: o sugar presente nos bebes que nascem.
E o cultural é tudo aquilo que faz parte da herança dos membros de uma mesma sociedade.

Eis a triplice contigencia ambiental, porque não escolhemos a onde devemos nascer, nem que predisposições geneticas herdaremos e nem muito menos qual o meio social que ditará as regras e modelos que devemos seguir.

Mesmo quando alguém decidi ir contra todas essas inclinações, ele só pode ir contra, e não inventar, mas mesmo quando vamos contra alguma inclinação determinista, o modelo ou padrão continua lá.
Ou seja, não podemos escolher que A ou que B vamos escolher, mas sim, entre A ou B, e mesmo assim, escolhemos por causa dos estimulos antecedentes e consequentes (premio ou castigo).
Levi B. Santos disse…
Marcio

O que a Clínica Comportamental tem a dizer sobre essa afirmação de Miranda:

"Claro, que por estímulo, podemos ser do contra mesmo não recebendo prêmio algum"
Eduardo Medeiros disse…
MIrandinha,

fique à vontade, mas saiba que não dou nenhuma importância a formalidades, apesar de que, ser chamado de "caro" demonstra apreço da sua parte, já que sou "caro" e não "gratuito"....kkkkkk
Eduardo Medeiros disse…
Levi, eu diria que a causa de nossas escolhas, é a nossa capacidade de escolher! Ou não?? rss
Eduardo Medeiros disse…
então em última instância, será o indivíduo que irá escolher a que estímulo se submeter?

O Behaviorismo já não está caduco?
Eduardo Medeiros disse…
Não acredito nesse negócio determinista de que somos produto do meio; a história está cheia de exemplos contrários a isso. O meio influencia, mas não determina. Você mesmo, Marcio, foi fruto do meio religioso evangélico e hoje é um ateu a toa...eu fui influenciado pelo meio evangélico fundamentalista e hoje sou um...um...caramba, não sei o que sou...kakakakakakakakkkaa
Jung estava "equivocado". Nós já nascemos cópia de nossos pais, vivemos copiando outrem e morremos cópias do sistema ou meio.
Edu meu caro,
O meio influencia e determina.Vou me incluir no exemplo: Nós três, Marcio, você e eu tivemos influência religiosa evangélica cristã, por algum motivo mais forte do que as pregações bíblicas o Marcio se tornou um ateu atoa; você foi um fundamentalista cristão e por determinação de outras influências ficou sobre o muro, não acredita na sua seita mas continua com medo de Deus. Eu também sofri influência religiosa cristã mas por falta de evidências e estimulado por literaturas mais críveis deixei de ser crente. Isto quer dizer que a cultura, em alguns casos, influencia e determina nossas decisões com intensidade diferente.
Levi B. Santos disse…
Márcio


Esse “estímulo antecedente” é a mesma matriz imaginária que a psicanálise diz ter surgido na tenra infância, a partir dos 6 à 18 meses?

Por que a Teoria Comportamental despreza a experiência interior da criança?

Pelo que pouco li, me parece que o Behaviorismo se detém mais nos comportamentos observáveis, isto é, nos fatores mensuráveis que aumentam e diminuem a freqüência com que se traduz um comportamento.

Você concorda que nos casos de problemas emocionais, o recurso a teoria comportamental pode abrigar o risco de se deixar a causa sem tratamento?
Levi B. Santos disse…
Marcio


Um ano e dois meses atrás escrevi um texto sobre “Virtualmente Livres” no meu blog. Esperei que você aparecesse por lá, mas, devida as suas muitas tarefas não consegui saber a sua opinião sobre o que postei naquela época.

Já que o tema é o mesmo, pincei esse trecho daquela postagem para sua análise:

Como “ser livre”, se as memórias que guardamos do nosso passado, ainda regem e influenciam os nossos sentimentos no presente?
Dizemos que somos livres ao pensar que os conceitos que adotamos são puramente nossos, quando não passam de um somatório de influências que incorporamos no dia a dia de nossa existência.
“O homem moderno vive na ilusão de saber o que quer, quando de fato ele quer o que se supõe que deva querer” (Erich From — O Medo à Liberdade)
Caro Levi,
O muçulmano que morre por Alá tem a sua epera, no céu, 70 virgens para seu deleite. O cristão fiel a Deus terá como recompensa, após sua morte, um pedacinho do céu ao lado direito do altíssimo por toda a eternidade. Não sou muçulmano e já passei dos 60, então esta quantidade de virgens é desnecessária. Isto não é prêmio, é um castigo e maior para elas.Há 50 anos eu não rezo, não oro nem xingo a Deus. Portanto o cú não me apetece, não quero passar a eternidade no marasmo rezando ou orando. Ainda mais que lá só tem ovelhas que não produz bons queijos.
Mil perdões!!!...

Portanto o "Céu" não me apetece.

O pior é que eu não achei o jeito de apagar.
Para um bom entendedor, um pingo é uma letra.
Marcio Alves disse…
EDUARDO 1

O behaviorismo não esta caduco rsrsr e nem muito menos a vertente comportamental.
O individuo não escolhe o estimulo, mas é “escolhido” (condicionado) por ele.
O que a teoria comportamental propoe é indentificar os reforços tanto positivo como negativo do comportamento, e depois, um contracondicionamento ou dessensibilização.
Para mim, todas as diversas teorias da psicologia são relevantes, dês da gestalt até a mais famosa que é a psicanalise.
Marcio Alves disse…
EDUARDO 2
“Levi, eu diria que a causa de nossas escolhas, é a nossa capacidade de escolher! Ou não??”

Embora a pergunta seja dirigida para o LEVI, eu não aguento ficar quieto rsrsrs
Eu diria EDUARDO, que a “capacidade de escolher”, na verdade, é a “capacidade de ENTENDER ou DAR SIGNIFICADO”.
Como diria Schopenhauer que “escolhemos uma coisa não porque justificamos ela pelo intelecto, mas, justificamos aquilo que escolhemos pela nossa vontade”, claro que o “escolher” em Schopenhauer é figurativo, pois para ele, nossas escolhas são determinadas pela nossa vontade, e a vontade não é algo que se escolhe, mas sim é escolhido.
Marcio Alves disse…
EDUARDO 3
Mas é claro que o meio influencia e determina, mas hei de concordar que muitos outros fatores deterministas corroboram para nós sermos quem somos.
Por isto é que a melhor definição é que somos um ser “bio-psico-social”.
Marcio Alves disse…
ALTAMIRANDO 1
É você realmente esta certo, pois além do meio social, existe também as predisposições inatas em cada ser humano.
Marcio Alves disse…
ALTAMIRANDO 2
Pelo jeito com que os evangelicos dizem ser o céu – ruas de ouro e de cristal e etc – deve realmente ser um saco ir pra lá, agora, você rejeitar o céu com um monte de nifetinha dos mulçumanos, ai você brincou....esqueceu que lá as virgens nunca deixam de ser virgens, e a ejaculação nunca acaba? Lá o deus de maome e companinha, irá acabar com todo “broxismo” e não precisarás mais usar a pilula milagrosa, pois com toda certeza, ele tem todo o poder de até os “mortos” fazer “levantar”, ops, quer dizer ressucitar kkkkkkkkkkk
Marcio Alves disse…
ALTAMIRANDO 3
Os estimulos mesmo que fosse igual para todos nós três – eu, você e EDUARDO – ainda sim, responderiamos diferente, porque somos todos singulares, iguais nas diferenças, cada um com sua subjetividade.
Marcio Alves disse…
LEVI 1
Nem Freud conseguiria entender o paradoxo que é o ALTAMIRANDO, quanto mais eu, um mero estudante de psicologia kkkkkkkkkkk
Marcio Alves disse…
LEVI 2
Neste comentário você foi, fora de serie!! Sensacional mesmo.
Sua pergunta: “Esse “estímulo antecedente” é a mesma matriz imaginária que a psicanálise diz ter surgido na tenra infância, a partir dos 6 à 18 meses?”
Minha resposta: Não. Os estimulos antecedentes que a comportamental enfatiza, tem haver com o meio fisico e social, e não as questões internas que eu vou explicar na resposta a sua pergunta abaixo.

Sua pergunta: “Por que a Teoria Comportamental despreza a experiência interior da criança?”
Minha resposta: Vou usar seu proprio comentário que vem abaixo desta pergunta para responder você rsrsr sua frase:” Pelo que pouco li, me parece que o Behaviorismo se detém mais nos comportamentos observáveis, isto é, nos fatores mensuráveis que aumentam e diminuem a freqüência com que se traduz um comportamento”.

Continuação da minha resposta: O Behaviorismo, como a vertente comportamental, não despreza e também não nega a experiencia interior não só das crianças como dos adultos, mas, ela não enfatiza e não trabalha com as emoções e nem intelecto, justamente porque as questões de foro intimo não dá para medir e nem observar.
Tanto é, que ela diz que existem dois tipos de comportamentos; o encoberto e o manifesto, ou seja, ela não nega o encoberto, mas como o encoberto é algo imensuravel, ela procura estudar e trabalhar em cima do comportamento manifesto.

Agora, esta sua pergunta é fantastica mesmo: “Você concorda que nos casos de problemas emocionais, o recurso a teoria comportamental pode abrigar o risco de se deixar a causa sem tratamento?”.
Minha resposta: então, por ela não enfatizar as emoções do sujeito, isto não quer dizer que ela as negue, mas no tratamento da clinica, o piscologo comportamental irá trabalhar com o concreto, com o objetivo, com o comportamento manifesto, isto quer dizer, que de alguma maneira ela irá tratar do emocional do sujeito.

Exemplo: Imagina uma pessoa que foi mordido por um cachorro preto, ela irá ficar com o seu emocional abalado, tanto, que pode ter “resposta generalizada” isto é, irá passar ter medo de qualquer outro animal preto.
O psicologo comportamental não ignora o medo da pessoa, mas ele irá focar no concreto que é o estimulo do cachoro, fazendo a dessensibilização que consiste, expor o paciente passo a passo ao estimulo aversivo, no caso, ele começaria dizendo para ela imaginar um cachorro, depois, mostrar uma fotografia do cachorro, para depois, mostrar o animal de verdade, até chegar ao passo, do paciente conseguir tocar no animal.
Embora a psicologia comportamental não tenha falado e tratado diretamente do medo do animal, ela conseguiu condicionar o paciente a perder o medo pelo animall.
Não quero o céu de Maome, Com Alá me vigiando e as virgens nunca deixando de ser, como é que eu vou curar meu priapismo? O céu dos evangélicos só tem luzes e um silêncio ensurdecedor, os sambistas e roqueiros não vão para lá. Vou ficar no purgatório.
Pois, pois... Somos "paradoxalmente opostos" no psico. De gênio e louco cada um tem um pouco, você lógico e eu pata.
Eduardo Medeiros disse…
Marcinho e Levi,

primeiro devo admitir minha incapacidade de discutir psicologia no mesmo nível que vocês, já que essa área ainda tenho que desbravar a fundo, mas quero deixar uma observação.

Psicologia é muito parecido com teologia: exite mais de uma corrente que deseja explicar a mesma coisa(que por ser complexa fica apenas meio descoberta) e muitas vezes, uma negando as conclusões das outras. Logo, creio, que nenhuma corrente psicológica ou psicanalítica é capaz de entender o homem em sua "completude complexa", exatamente pelo que o MARCIO destacou:

"somos todos singulares"

Isso mesmo!!! somos singularidades ambulantes e conscientes, por isso, é tão difícil(impossível?) colocar o ser humano em uma fôrma e explicá-lo com precisão matemática.

Um ser é capaz de sair de si mesmo via consciência e que procura explicações de como ele mesmo age, interage e se comporta; ou seja, um ser que "vê a si mesmo de fora" - uma singularidade não local da consciência - é um ser tão inimaginável como possibilidade de existir, que nossas psicologias e teologias só arranham quem de fato, somos.

Diante disso fico imaginando como é uma tolice os céticos disserem que o homem é uma merdinha, um pontinho insignificante no universo.
Eduardo Medeiros disse…
Ou seja, nesse debate vou mais aprender sobre teorias psicológicas do que discuti-las.
Eduardo Medeiros disse…
Mirandinha,

ou seja, em última instância, temos a capacidade de sermos o que quisermos. Ninguém é completamente vítima do sistema. O que existem são pessoas acomodadas no sistema ou vencidos por ele. Quem vence, pode também ser derrotado.

E eu não tenho "medo de Deus". Acho que já tive na pré-adolescência, mas se é verdade que projetamos em Deus a figura do pai, então Deus para mim é uma cara honesto, cumpridor dos deveres, amoroso, firme em suas convicções, algumas vezes cabeça dura, amoroso demais com os filhos, apesar de não ser "babão". Não há por que, ter medo de um pai assim. Só respeito e admiração.

Deus(ou qualquer outro nome que o valha) para mim é uma necessidade lógica e racional para a existência. Logo, só estou em cima do muro na prática devocional igrejeira, já que sinto uma ligação ainda forte com ela, apesar de hoje, para mim, ela seja dispensável.
Levi B. Santos disse…
Marcio

Você acha que nenhum ser humano pode fugir desse estímulo conseqüente (prêmio ou castigo)?

Somos o que somos em função de um ideal?
Levi B. Santos disse…
“... não podemos escolher que A ou que B vamos escolher, mas sim, entre A ou B, e mesmo assim, escolhemos por causa dos estimulos antecedentes e consequentes (premio ou castigo)”


Marcio

Você acha que nenhum ser humano pode fugir desse estímulo conseqüente (prêmio ou castigo)?

Somos o que somos em função de um ideal?
Marcio Alves disse…
EDUARDO

Concordo em parte com seu comentário, pois veja bem:
Dizer que o ser humano é “complexo” e que nenhuma teoria consegue dar conta da totalidade do homem, já é por si mesmo uma propria definição do homem, portanto, você cairia na tentação de conceituar o humano, mesmo que seja um conceito para dizer que não existe conceito que conceitue o homem.

Em segundo lugar, acho que foi Nietzche que disse que partia dele mesmo para tentar compreender o ser humano, ou seja, mesmo com a singularidade de cada ser humano, ainda continuamos sendo “humanos” no sentido de compartilharmos aquilo que é comum da raça humana (filogenetica).

Diante disto, mesmo levando em conta a subjetividade singular de cada um, somos muito mais parecidos do que diferentes uns dos outros.
Agora hei de concordar que nenhuma teoria da conta sozinha de explicar o humano, mas se juntarmos todas elas, conseguimos se aproximar do que é o ser humano, não acha?

Mas confesso que quero muito ver o que o LEVI também tem a dizer sobre isto.........
Eduardo Medeiros disse…
Mas Marcinho, você não acha que as teorias em muitos aspectos se contradizem e por isso, deixam muito a desejar na explicação do ser humano?

Eu não estou negando que se construa uma conceito do ser humano, longe disso; devemos mesmo procurar entender quem somos, isso é fascinante. Mas eu desconfio que a melhor conceituação é exatamente a que diz que nenhuma das conceituações conhecidas esgotam o assunto.

Nesse aspecto, somos de fato, "semelhança e imagem de Deus"... ;)

Bem, vou continuar cá quieto no meu canto aprendendo com os psicólogos...rsss

valeu, garoto. abração. Sua presença por aqui nos enche de alegria. Aliás, o que nos faz mais humanos senão o ato de sorrir??

Nesse aspecto, somos de fato, semelhança e imagem de Deus... ;)
Eduardo Medeiros disse…
Aliás, Marcinho, até agora não entendi bem por que a imagem de Jesus pregando teria a ver com o assunto tratado...será que um professor diante de sua turma seria a mesma coisa? Ou um ateu "pregando" em um congresso de ateus? Bem, se for, acho que dá pra entender.... heeeeee

essa é só pra puxar tua orelha, seu orelhudo...
Levi B. Santos disse…
Sobre a pergunta do Marcio no início do texto, que não quer calar:

"Será que somos livres para fazer/ter o comportamento que desejarmos?"

Como somos livres para escolher, se toda nossa ação nasce das profundezas obscuras dos porões secretos da psique -, regiões onde se encontram memórias reprimidas, esquecidas ou adormecidas em nós?

Na verdade, antes de pensarmos, algo lá no nosso íntimo nos influenciou para que pudéssemos pensar o que pensamos.

A grande frase bíblica: “Vós não Me escolhestes, eu escolhi a vós”, aplica-se, magistralmemte, a linguagem do inconsciente, que parece nos dizer: “não sabes por que és o que és!”. (rsrs)
Edson Moura disse…
Não sei a quantas andam os comentários, na verdade só tive tempo para ler o texto do Marcio, portanto, posso estar pecando em comentar aqui com algo que já tenha sido dito por A ou B, mas ainda assim o farei pois escolho dar minha opinião conscientemente.

Façamos nossas escolhas, não podemos nos dar ou luxo de deixarmos de fazê-las, pois mesmo quando escolhemos não escolher, estamos também fazendo uma escolha, que é a de não tomar partido de deixar que o problema se resolva sozinho ou que as rodas do destino acabem se encaixando para que, quando as engrenagens entrarem nos seus devidos eixos nó possamos falar: "Viu! Não disse que tudo se ajeitaria?"

A Grande questão é que talvez nunca saibamos se o que para nosso julgamento atual é bom, poderia ter sido melhor se tivessemos feito uma escolha diferente. Difrente de não escolher nada.

A vida é dinâmica, o tempo não nos espera, pelo contrário, quando mais nos preocupamos com ele, mas rápido ele nos tiras os minutos. Tudo é ação (eu disse tudo). O maior erro do homem que se julga livre para fazer escolhas, é justamente se considerar livre. Não somos livres, estamos presos de um jeito ou de outro à nossa condição de liberdade. O que importa mesmo, resumindo tudo, é que tenhamos consciência, mesmo que à contra gosto, de que somos condicionados, muitas vezes por nós mesmos a fazer escolhas qu7e não queremos e ainda por cima nos convencermos que a queremos.

Tudo é auto engano, e saber que se é vítima de auto-engano sôa-me, mesmo que paradoxalmente, mais doloroso do que não saber.
Marcio Alves disse…
EDUARDO, LEVI, ALTAMIRANDO E EDSON

De todas as questões levantadas, a maior delas, dentro da temática proposta que é o comportamento, (visto pelas “lentes” da teoria comportamental) é que o ser humano não tem liberdade de escolha, e, todas as nossas “ações” (leia-se comportamento) justificados pela simplesmente “vontade” ou “escolha”, não passam de crenças e valores aceitos e ditos pelo senso comum.

O que esta por trás de todo comportamento não é a vontade ou desejo de fazer, ou somente razão de escolher, e nem apenas a faculdade de decidir – isto, claro, partindo sempre nesta troca de idéias, da teoria comportamental – mas sim, os estímulos antecedentes e conseqüentes, primários (incondicionados) e secundários (condicionados), e seus reforços positivos (apresentação) e negativos (remoção), e mais, uma verdadeira avalanche de conceitos comportamentais.

Resumindo de uma forma mais didática, partimos de um breve exemplo:
“O “A” estava morrendo de fome, e passando em frente a um mc donalds, não resistiu e comprou um lanche que era o seu favorito”.

No exemplo acima, vimos todos os conceitos já discutidos aqui, de uma forma mais simples e resumida.
O que levou o “A” a ter o comportamento de comer um lanche no mc donalds, não foi a simples vontade de comer e nem a livre escolha, mas sim, um condicionamento operante.

(explico) “O “A” estava com fome” = estimulo antecedente + incondicional + reforço primário + comportamento respondente, que faz parte da filogenética, ou seja, não dá para escolher ou decidir estar com fome ou não, simples se tem fome.

“e , passando em frente” = esquema de reforçamento intermitente que é contingencial, isto é, o passar em frente ao mc donalds, pode ou não acontecer em uma viagem de carro. Claro, se for aqui em Sampa, não tem como você andar de carro ou mesmo ônibus, e não passar a cada 15 minutos na frente de um mc donalds. rsrsrs

“a um mc donalds” = estimulo conseqüente + condicionado + reforço secundário + condicionamento operante, ou seja, ele “aprendeu” através de modelagem, provavelmente através de propagandas e de pessoas indicando para ele, que comer no mc donalds era muito saboroso.

“não resistiu e comprou um lanche que era o seu favorito”, vemos aqui, a conclusão de seu comportamento, que nada mais foi do que determinado e não livre, por toda historia de condicionamento que levou ele chegar até ali.
Pois alem de tudo que vimos ate aqui, o seu lanche era favorito, ou seja, qual é a probabilidade, do seu comportamento, se repetir com as mesmas variáveis no futuro?
E isto, a teoria comportamental chama de condicionamento operante ou “S R S”, que nada mais do que todo ser humano que tem um determinado comportamento, tem, não porque escolheu ou decidiu fazer, mas porque foi condicionado a ter.

Talvez alguém pergunte: “e se ele resolvesse comer no burguer kings, para experimentar?” (risos)

Eu diria que, ele continuaria condicionado, só que agora, pelo “burguer kings”, pois primeiro, ele iria comer porque estava com fome ou com “vontade” de comer (sendo que a intensidade do estimulo faria aumentar a probabilidade da ocorrência de uma resposta futura) + por causa da propaganda feita pela televisão ou indicação de amigos, ou mesmo pelas imagens estampada dos lanches + a historia de vida dele em relação aquele lanche (se já comeu e gostou ou até mesmo, pelas respostas generalizadas no sentido de que, porque comeu um lanche de amburguer no mc donalds, passa a ter a resposta condicionada de ver todos os lanches com amburguer também saborosos).

Em fim, somos o tempo todo estimulados e condicionados, seja pelo estimulo incondicionado que não dá para escapar, que é comum a raça humana, seja pelo empareamento do estimulo condicionado (ou neutro) com o incondicionado (aliciador) a termos o comportamento ou não comportamento que temos.
Marcio Alves disse…
Para fechar os conceitos (ou uma parte deles, pois não dá para discutir todos) eu indicaria a todos vocês, o filme que é obrigação todo aluno de psicologia comportamental ver, que é o melhor que já vi relacionado ao tema, que é o filme do premiado diretor stanley Kubrick “laranja mecânica”.

Ademais, gostei muito de trazer a tona aqui na confraria, assuntos relacionados a psicologia...em outras oportunidades, vou trazer mais, sempre tentando revezar com outras teorias para nós discutirmos.
A C.P.F.G deveria funcionar assim, cada um publicando suas experiências gerando conhecimentos e debates. Marcio Alves, divida conosco este prazer. Será que você necessita de estímulo?
Levi B. Santos disse…
O Miranda não deixa a petecar cair (kkkkk)

Vamos torcer, Miranda, para que o Márcio nunca deixe de ter estímulos antecedentes para postar, como também para comentar nossos textos com mais frequência aqui nesta sala. Sala que já lhe deu tanto "estímulos antecedentes" - como o de fazê-lo autor do subtítulo da C.P.F.G. : "Para Quem Não Se Conforma em Cantar na Gaiola" (rsrs)

Uma pergunta ao Marcio:

Como você define, na Psicologia Comportamental, os estímulos de resistência ("evasões" e "desculpas"), tipo: não estou podendo comentar por que estou muito ocupado (à la Hubner) - rsrs
Levi B. Santos disse…
Guiado por um "estímulo antecedente" - quero aqui dar as boas vindas ao confrade que muito admiro - Edson Noreda. Rendendo-se a um estímulo precedente (que só ele sabe), trouxe a sua valiosa contribuição ao tema postado por seu irmão de blog - Márcio.

Noreda, velho! Não esqueci ainda o marco de sua verve poética cordelística, quando da publicação do espirituoso "Sou Ateu Graças a Deus"

Que esse emblemático cordel sirva-lhe de estímulo para voltar mais vezes a Confraria ou a "Nau dos Loucos" (rsrs)
Edson Moura disse…
Leví meu mestre Bronzeado, bem que eu gostaria de ter mais tempo, mas recentemente troquei o restaurante Austríaco onde trabalhava por um Francês aqui na região dos jardins em São Paulo. Ademais, tem a preparação do meu Site "Portal Stopim" em que estou trabalhando a todo vapor. Sempre fui metódico e ultimamente confesso que tenho deixado de lado esse "eu", para experimentar um pouco da "liberdade" tão desejada e difundida por Sartre, acreditando, ou pelo menos querendo acreditar que, desprendendo-me do metodismo incrustado em mim, por João Wesley, poderia escolher não escolher, ou seja, gozar da liberdade de escolha, coisa esta que descobri que não possuo e talvez nunca venha a possuir.

Reservarei em meu site, na coluna "cultura", um espaço para poesias, cordéis, poemas, contos, sonetos, acrósticos e afins, e gostaria muito que vez ou outra você me agraciasse com uma de suas pérolas.

Sinto falta dos amigos da Confraria, queria não sentir, não posso. Voltarei logo e espero que desta vez seja permanente. "Morderei esta maçã por que amanhã certamente não terei mais dentes para fazê-lo". Acho que você entendeu o que quis dizer.

Abraços a todos
Eduardo Medeiros disse…
Pergunta aos psicólogos ou filósofos da mente ou aos que nada são...

Como pode um ente que é capaz de dizer de si mesmo não ser livre e sim condicionado, não ser de fato, livre para se perceber condicionado e ultrapassar o condicionamento?
Levi B. Santos disse…
EDU


Você está querendo dar um empurrão no bonde que está quase parando?

Então vamos lá:

A psicanálise freudiana diz que o homem é movido mais pelas forças inconscientes do que pela razão; diz que a moldagem de nosso arcabouço psíquico foi construída na tenra infância. A longa impotência infantil marcada pela dependência afetiva aos pais suscita ainda em nós adultos, seu poder ideatório e imaginativo.

A memória da criança que fomos um dia, engatinhando, rastejando, segurando-se em um móvel para não cair, o medo de ficar de pé, o rosto radiante ao dar os primeiros passos, ainda ressoa em nós. As coisas, de início, que nos fez humanos, passaram pelas “mamãezadas”, já que a mãe é a deusa da criança quando reina insólita sobre os bebês.

E quando a criança percebe que a mãe também foi feita por outro, que ela não é Deus, surge uma outra pessoa que tem autoridade sobre ela ― o Pai. Então Ele é o Rei da Rainha, e a casa ou o lar é o Seu Reino. É justamente aí que nasce o sentimento religioso. Aí é que se vê que é o Pai quem nomeia a criança, e não o contrário.

A imagem primeira de quem alivia a impotência solitária, a memória da presença tutelar paterna e materna fica como primeiro modelo de não se estar só

Somos adultos? Em parte. Na verdade lá dentro de nós, somos meninos e meninas andando nas pegadas de nossos pais e de nossos mestres de vida. A linguagem deles ainda permeia a trama de nossos pensamentos, nossos apoios e projetos.

É claro que chega o tempo em que a criança se separa dos pais, para realizar a sua individuação na realidade, para entrar na relação com o “outro-diferente”. No entanto, isso não pode configurar uma independência por que na troca de afetos com o outro, esse ser, agora adulto, vai demonstrar em seu dia a dia as mesmas necessidades da infância, a mesma necessidade de ser ajudado diante de um mundo hostil e enigmático.

Mas vou parar com a empolgação, para não fazer uma postagem dentro de outra. (rsrs)

Na próxima oportunidade que tiver, vou me aventurar nesta questão: “a dos afetos que nos influenciam a ser o que somos”.
Levi B. Santos disse…
EDU


Só para complementar, republico abaixo um comentário seu, ao texto por mim postado no “Ensaios & Prosas” — em agosto de 2010, sob o título: “NÓS ― A Eternas Crianças”, que tem tudo a ver com a nossa dialética atual. Os confrades poderão reler no link — http://levibronze.blogspot.com.br/2010/08/nos-as-eternas-criancas.html:

...Por mais que eu desconstrua as crenças que eu herdei em minha tenra infância, eu não consigo me “livrar” delas de uma vez por todas. Quem conseguiu fazer isso, substituiu essas crenças, por outras mais amenas para a nossa “razão”. Mas ninguém, em todo tempo, pode ser sempre racional. A nossa racionalidade precisa e é dependente da fantasia, ainda que alguns queira até, racionalizar a fantasia...Levi disse, que: “desconstruir é cavar fundo no inconsciente” e quando lá chegamos, o que encontramos são as fôrmas e as formas que nos levaram ao que somos hoje. (Eduardo)
Levi B. Santos disse…
Edson

O seu convite para fazer parte dos colaboradores do PORTAL STOPIM, muito me honra. Apesar de não gostar muito de explosões de bombas (desde o tempo em que quase perdi um dedo soltando bombas juninas), não posso me furtar ao seu convite. (rsrs)
Eduardo Medeiros disse…
Levi,

se você continua daria de fato, outro boa postagem...rsss

Eu entendi tudo isso, apesar de ter algumas reservas com a explicação de Freud da origem do sentimento religioso.

Eu não estou negando que somos influenciados por várias pessoas, ideias e sentimentos como eu disse nesse comentário que você tirou do fundo do baú.

O que eu estou questionando é até que ponto somos totalmente condicionados por todas nossas experiências passadas, já que temos consciências que tais experiências de fato nos moldaram de certa forma mas exatamente por termos essa consciência, não seríamos capazes de ultrapassar tais experiências e negá-las, por exemplo?

Mesmo quando eu disse que "não conseguia me livrar delas" é fato que eu me livrei de certa forma, ao questionar e construir a partir do que recebi, uma outra coisa, ainda que fiz isso motivado por essa primeira impressão que ficou gravado no meu ser.

O que você tem a me dizer, estou viajando na batatinha? rsssssssssss

Essa postagem ainda tem muito a provocar.
Eduardo Medeiros disse…
Levi, o nó na questão não seria o quanto o inconsciente é mais forte e dominante do que o consciente nessas formulações?.
Levi B. Santos disse…
“...não seríamos capazes de ultrapassar tais experiências e negá-las , por exemplo?

Aí, entraremos sem dúvidas no terreno das racionalizações, que são os mecanismos de defesa ou de negação de um sentimento primitivo travado no arquivo “morto” de nosso cérebro.

Todos nós, em virtude de nossa formação constitucional nos primeiros anos de vida, de uma forma ou de outra, acionamos mecanismos de defesa, como racionalização, projeção, deslocamentos, repressão, identificação, formação reativa, regressão, etc.

O mito de Adão para explicar a sua desobediência mostra um desses mecanismos, o da projeção: ele, para proteger as suas próprias vicissitudes ou recalques, projetou a culpa no outro , no caso Eva, a sua companheira. Isto deve, num primeiro momento, ter um efeito prazeroso – o da realização da fantasia. Fantasia que o acoberta com aparências perante o outro, apesar das forças do inconsciente, que na religião se denomina Deus e na psicanálise – o Superego – desmascará-lo com um: “ Que fizeste? Por que te escondes de Mim?”

O “livre arbítrio” constitui-se um sério problema, pois raramente encontramos pessoas que não sejam prevalentemente dominadas por suas inclinações, seus hábitos, impulsos, preconceitos, ressentimentos e toda espécie de complexos” (Psicologia e Religião de C. G. Jung ― página 91)

P.S.: Que mecanismo de defesa levou o Márcio a desparecer depois que o negócio esquentou?! (rsrs)
Eduardo Medeiros disse…
Levi, veja se eu me faço entender.

Um programa de computador não tem livre-arbítrio algum de fazer alguma diferente daquilo que o seu programador escreveu para que ele fizesse. Assim, ele só faz o que foi condicionado(digamos assim) a fazer. No ser humano, essa "programação" feita de, "inclinações, seus hábitos, impulsos, preconceitos, ressentimentos e toda espécie de complexos”, não é algo imodificável. O próprio ato de ter consciência de nossos condicionamentos, já nos faz distintos que um programa de computador.

Sendo assim, hábitos podem ser modificados; preconceitos podem ser deixados de lado; ressentimentos podem ser trabalhados, etc.

O que você acha disso?

E uma outra coisa que eu queria te perguntar, Levi. Você acredita que Freud esgotou completamente na explicação como o ser humano funciona? E os outros psicanalistas que vieram depois e contestaram Freud?

Como o inconsciente pode ser mais "poderoso" do que o consciente já que é o consciente que percebe que deve existir um inconsciente?

agora, não sei qual foi o mecanismo de defesa que levou o marcinho a se ausentar, talvez por achar que seu texto já estava esgotado. rss
Marcio Alves disse…
EDUARDO
Em relação a sua pergunta: “Como pode um ente que é capaz de dizer de si mesmo não ser livre e sim condicionado, não ser de fato, livre para se perceber condicionado e ultrapassar o condicionamento?”.

Minha resposta: Algumas pessoas, como nós, por exemplo, conseguimos através da alta reflexão, e, depois de tudo questionar, inclusive a nós mesmos, desenvolvermos aquilo que Nietzsche chamou de “uma consciência por detrás da consciência”.
Eis a diferença de alguns “poucos” para a “manada”...todos nós, sem exceção, somos constantemente manipulado e condicionado, só que nós (e mais alguns outros) temos consciência disto, mas continuamos e permitimos sermos condicionados e manipulados.
Marcio Alves disse…
LEVI
Magnífico comentário-postagem...demorou para você publicar...meu desejo é que um dia, através do muito estudar psicanálise, eu chegue aos seus pés no conhecimento, nesta, que é para mim, uma das mais importantes e relevantes teorias dentro da psicologia, embora ela mesma pode ser considerada apar de tão grande que ela é.

Eu apenas ariscaria colocar um adendo ao seu comentário-postagem:
E nesta fase, que você expos com tanta propriedade, é que a psicanálise, na clinica psicológica, irá debruçar com todos os seus pacientes, pois todo problema hoje na fase adulta, está estritamente ligado com esta fase, que, na maioria dos casos, se dá por causa da fixação em uma das fases da sexualidade infantil.
Marcio Alves disse…
EDUARDO 2
Sua pergunta ao Levi: “O que eu estou questionando é até que ponto somos totalmente condicionados por todas nossas experiências passadas, já que temos consciências que tais experiências de fato nos moldaram de certa forma mas exatamente por termos essa consciência, não seríamos capazes de ultrapassar tais experiências e negá-las, por exemplo?”

Minha resposta: Mas EDUARDO, o máximo que se pode fazer é ir contra, mas perceba, que até mesmo para se ir contra sua experiência passada, você ainda sim, continuaria trilhando o caminho do “determinado”, pois, você estaria indo contra aquilo que te fez ser quem você era, ou seja, ou você continua sendo crente ou você deixa de ser, não tem uma terceira opção que seria nunca ter sido.
Eduardo Medeiros disse…
Marcio, o que uma pessoa é capaz de fazer, toda a humanidade também é, basta que lhes seja dada as condições propícias para tal. Não acredito em eleitos acima da manada. O grande problema da manada é ter sido convencida que manada é. Mas como já disse, nós somos o ente que pode ultrapassar condicionamentos. Bem, é assim que eu vejo.
Eduardo Medeiros disse…
Marcio,

"o máximo que se pode fazer é ir contra"

sim, marcinho, e esse máximo é tudo o que precisamos.


"...não tem uma terceira opção que seria nunca ter sido."

Evidente que não; mas não é essa exatamente a grande mágica do ente consciente que somos? Não foi você mesmo que a tempos escreveu brilhantemente que somos capazes de reescrever o passado através da sua resignificação? É disso que eu estou falando. Ninguém deve ser marionete do seu passado, a não ser que queira ou que não venha a tomar conhecimento que não deve ser.
Eduardo Medeiros disse…
Acabei de assistir o filme "Invictus" que conta como o presidente Sul-Africano Mandela conseguiu unir o seu país através do time nacional de Rugby que vinha muito ruim com resultados de derrota mas que foi capaz de ganhar a copa do mundo que se realizou na África do Sul em 1995(acho que foi esse o ano do evento). Mandela mandou chamar o capitão da equipe para lhe passar confiança e falar um pouco da sua própria experiência de superação.

Esse poema inspirou Mandela durante os duros e sofridos anos em que esteve preso pelo regime de Apartheid e foi esse poema que ele deu de presente ao capitão do time:

Invictus

Do avesso desta noite que me encobre,
Preta como a cova, do começo ao fim,
Eu agradeço a quaisquer deuses que existam,
Pela minha alma inconquistável.

Na garra cruel desta circunstância,
Não estremeci, nem gritei em voz alta.
Sob a pancada do acaso,
Minha cabeça está ensanguentada, mas não curvada.

Além deste lugar de ira e lágrimas
Avulta apenas o horror das sombras.
E apesar da ameaça dos anos,
Encontra-me, e me encontrará destemido.

Não importa quão estreito o portal,
Quão carregada de punições a lista,
Sou o mestre do meu destino:
Sou o capitão da minha alma.

Escrito pelo poeta Inglês William Ernest Henley (1849-1903).

É disso que estou falando.
Eduardo Medeiros disse…
Ah, esqueci que o time da África do Sul venceu a copa do mundo naquele ano, vencendo a melhor equipe do mundo à época da Nova Zelândia.
Levi B. Santos disse…
Edu

Não sou mais igrejeiro, no sentido da obsessão de praticar os rituais eclesiásticos, mas um sentimento indestrutível, me fez emocionar como nos velhos tempos, quando você postou o hino Rude Cruz na voz do saudoso Jessé, lá no blog "Logos e Mithos"

Como esse trecho que escrevi num artigo em novembro de 2010 no "Ensaios e Prosas":

"É a memória arquivada dos tempos indeléveis de nossa formação psicossomática que ilumina o nosso “eu”, e, funciona, hoje, como um motor a expandir a nossa arte de pensar. Às vezes, os segmentos das experiências negativas da infância centralizadas pelo medo, agressão e intolerância, embotadas pela nossa resistência psíquica de adulto, não nos permitem perceber que a maneira como nos comportamos e como nos relacionamos recebem influências de forças poderosas que habitam esse porão obscuro, denominados metaforicamente pela religião de regiões “celestiais” e “demoníacas”."
Levi B. Santos disse…
Interessante, Edu, o crente ao nominar o "inconsciente" como "imago paterna" ou "Deus", afrouxa mais o nó da questão, e a sua pergunta na ótica dele ficaria assim:

"O nó da questão não seria o quanto "Deus" é mais forte e dominante do que a nossa consciência nessas formulações?"
Eduardo Medeiros disse…
Levi,

ok, me dou por satisfeito por hora. Eu não estou dizendo que as "memórias arquivadas" não são responsáveis pelo muito que somos hoje, que se reflete, por exemplo, no "sentimento indestrutível" que nós dois possuímos. Só estou enfatizando o outro lado da questão, qual seja, que tais memórias não são deterministas visto que são como você diz, "um motor a expandir a nossa arte de pensar."

O pensamento, assim como os sonhos, é livre.

Ou não?? rsssss
Marcio Alves disse…
EDUARDO

O consciente não é maior do que o consciente, nem qualitativa e quantitativa.
Jung entendia que o consciente era uma rolha boiando num oceano que é o inconsciente.
Outra coisa, quem disse que a consciencia individual consegue sozinho acessar e desvendar o inconsciente?
Portanto, quem é que é maior, digamos assim?

Não EDUARDO, o pensamento não é livre para pensar...tanto é, que foi Martinho lutero quem disse, mais ou menos que "não podemos impedir que um pombo posse na nossa cabeça, mas podemos impedir que ele faça ninho".

Pior ainda é o sonho, que não temos controle nenhum, pelo contrário, é onde podemos perceber o insconciente, nos sonhos mais confusos que não entendemos.
Eduardo Medeiros disse…
É, Marcinho, (Levi, entra também na parada..rs)


diante do que você disse, de fato, os pensamentos e sonhos não parecem livres a partir de quem pensa o que desejaria pensar; mas isso realmente prova o quê? Que há uma separação entre o meu consciente e os meus pensamentos? O que é realmente o pensamento? O que é realmente a consciência? quer dizer que nosso inconsciente é autônomo? que nossos pensamentos são de fato livres do nosso domínio consciente? Mas como podemos através do pensamento consciente dizer que o pensamento não é de nosso domínio consciente?

Bem, realmente estou fazendo perguntas que eu não sei as respostas e nem sei se as perguntas são válidas. Mais eu disse que nessa postagem eu iria mais aprender do que afirmar alguma coisa, então lá vai:

Mas podemos então saber alguma coisa? Até que ponto o que achamos que sabemos não é apenas uma ilusão do nosso consciente? O que de fato somos está no nosso inconsciente? Se for assim, como ainda podemos falar que somos alguma coisa já o que somos nos está inacessível? Ou existe uma maneira de se chegar ao inconsciente? Seria pelos sonhos? Mas os sonhos poderiam nos dizer alguma coisa consciente sobre o inconsciente de onde eles vem?

O inconsciente seria independente do cérebro/mente por isso não temos acessos a ele através do consciente?

Por que, por exemplo, acreditamos que haja um inconsciente do qual jamais poderemos acessar conscientemente(ou podemos?) e não achamos que isso seja apenas uma ilusão? Por que alguns dizem que um ente chamado de Deus, por ser inacessível ao consciente é apenas uma ilusão e o tal do inconsciente deve ser uma realidade ainda que jamais tenhamos acesso consciente a ele?

Marcinho e Levi,

realmente não precisam responder a todas essas perguntas que brotaram do meu consciente, ou inconsciente?(rssssss) pois talvez a coisa fique meio complexa nos comentários; por isso quero sugerir que vocês abordem essas questões em futuras postagens se for possível e dentro das possibilidades conscientes de cada um....
Marcio Alves disse…
EDUARDINHO
Cara, agora você detonou eu e o LEVI rsrsrsr
Enquanto o grande mestre LEVI, não se pronuncia, eu vou me aventurar em tentar responder com o pouco conhecimento que tenho até agora sobre psicanálise, mas claro, sempre lembrando que cada pergunta que você fez, daria para fazer uma postagem, por isso, irei responder de maneira breve.
(LEVI, aguardo também sua resposta...estou curioso para ver o que vem daí rsrsrs)

Como você fez varias perguntas, vou ter que colocar na integra sua pergunta e logo abaixo, minha resposta, ok?

SUAS PERGUNTAS EDUARDO: “diante do que você disse, de fato, os pensamentos e sonhos não parecem livres a partir de quem pensa o que desejaria pensar; mas isso realmente prova o quê? Que há uma separação entre o meu consciente e os meus pensamentos? O que é realmente o pensamento? O que é realmente a consciência? quer dizer que nosso inconsciente é autônomo? que nossos pensamentos são de fato livres do nosso domínio consciente? Mas como podemos através do pensamento consciente dizer que o pensamento não é de nosso domínio consciente?”

MINHA RESPOSTA: Primeiramente temos que parti da premissa que existe cérebro sem mente, pensamento, consciente e inconsciente, mas que não existem os mesmos sem cérebro, portanto, tudo parte do funcionamento cerebral. E ae concorda ou discorda?? Rsrsrs
Isto é importante para continuarmos nosso dialogo, pois até o século passado, se acreditava que a sede das emoções e pensamentos estava na alma.
Agora o pensamento para mim é tudo que deriva do funcionamento deste cérebro...pensamento é uma mistura de sensação, raciocínio derivados dos nossos sentidos em sua relação com o mundo, e daí por diante. (muitas são as definições)
Já a consciência seria o modo imediato subjetivo pelo qual percebemos tudo a nossa volta, inclusive nós.
Agora as demais perguntas que estão ligadas ao inconsciente, a resposta é sim, pois não temos controle sobre nosso inconsciente, embora possamos ter consciência de sua existência, mas sempre lembrando que o inconsciente não pode ser acessado sozinho pelo consciente do individuo, antes é necessário uma analise, ( e não apenas auto-analise) que mesmo assim, precisaria de anos de acompanhamento e ainda sim, não esgotaria por completo o desvendar do “lado oculto da mente”.
Marcio Alves disse…
Continuação............
SUAS PERGUNTAS: “Mas podemos então saber alguma coisa? Até que ponto o que achamos que sabemos não é apenas uma ilusão do nosso consciente? O que de fato somos está no nosso inconsciente? Se for assim, como ainda podemos falar que somos alguma coisa já o que somos nos está inacessível? Ou existe uma maneira de se chegar ao inconsciente? Seria pelos sonhos? Mas os sonhos poderiam nos dizer alguma coisa consciente sobre o inconsciente de onde eles vem?”

MINHA RESPOSTA: É por isso que precisamos da ajuda de um profissional de psicanálise, para que juntos, possamos encontrar essas e mais respostas sobre nós mesmos.
Inclusive, quero deixar aqui uma curiosidade sobre mim: como todos os professores foram unanimes em afirmar que todo aluno de psicologia, precisa fazer terapia, para poder se colocar no lugar do paciente, eu estou fazendo, e posso afirmar, não apenas pela teoria, mas por experimentar, que realmente o que achamos que sabemos sobre nós mesmos é quase nada, e quando, começamos a fazer terapia, principalmente (ou somente?) psicanálise é que vemos o quanto passamos a descobrir sobre nós mesmos, acessando o inconsciente.
Acessar o inconsciente através dos sonhos é uma das muitas opções que a psicanálise se propõem, pois há sonhos que são muito confusos, mas que possuem significados importantes.
Agora, pode ter certeza que se você abrir um cérebro de algum ser humano, você não vem encontrar o inconsciente lá rsrsrs como um órgão do cérebro, porque ele faz parte do nosso psiquismo.

SUAS PERGUNTAS: “O inconsciente seria independente do cérebro/mente por isso não temos acessos a ele através do consciente?
Por que, por exemplo, acreditamos que haja um inconsciente do qual jamais poderemos acessar conscientemente(ou podemos?) e não achamos que isso seja apenas uma ilusão? Por que alguns dizem que um ente chamado de Deus, por ser inacessível ao consciente é apenas uma ilusão e o tal do inconsciente deve ser uma realidade ainda que jamais tenhamos acesso consciente a ele?”

MINHAS RESPOSTAS: Tirando a parte da onde vem o inconsciente, (que eu já respondi acima) as outras perguntas são foda mesmo heim rsrsrs mais, eu ariscaria dizer que o deus fora do sujeito não existe, o que existe, é o deus do seu psiquismo, agora, o inconsciente pode ser “provado” por vários pontos, como “ato falho”, “sonhos oníricos” e etc, inclusive, agora mesmo você esta respirando inconscientemente, pois para respirar você não usa o consciente, ou você fica pensado o tempo todo a cada segundo “eu tenho que respirar, eu tenho que respirar!” rsrsrs

Por hoje é só, agora aguardo suas ponderações e também do LEVI sobre tudo isto........
Eduardo Medeiros disse…
Marcinho, querido,

não esperava que você tentasse(digo "tentar" pois há vários olhares sobre elas entre os especialistas) responder às minhas indagações, quero mesmo é que esses assuntos aparecem no futuro vindo de você ou do Levi. Mas já que comentou...

"Primeiramente temos que parti da premissa que existe cérebro sem mente, pensamento, consciente e inconsciente, mas que não existem os mesmos sem cérebro, portanto, tudo parte do funcionamento cerebral. E ae concorda ou discorda?

Olha, taí uma premissa ruim de ser provada. O que é um cérebro sem a consciência? Nada. Um artefato apenas. É o cérebro material que forma a consciência ou é a consciência que forma o cérebro material, e a partir daí, ambos caminham de mãos dadas?

Essa premissa vem sendo muito discutida(pelo que tenho lido) e não se chegou ainda a nenhuma conclusão.

Eu tenho uma queda na afirmação de que a consciência é que forma a matéria e não o contrário, mas é claro, isso ainda não pode ser provada, mas há bons argumentos e evidencias a partir da física quântica.

É por isso que precisamos da ajuda de um profissional de psicanálise, para que juntos, possamos encontrar essas e mais respostas sobre nós mesmos.

Sem querer menosprezar os profissionais da psicanálise, eu não acredito que ela sozinha, dê cabo de explicar nossas complexidades.

"eu ariscaria dizer que o deus fora do sujeito não existe, o que existe, é o deus do seu psiquismo, agora, o inconsciente pode ser “provado” por vários pontos, como “ato falho”, “sonhos oníricos” e etc, inclusive, agora mesmo você esta respirando inconscientemente, pois para respirar você não usa o consciente..."

Pois eu acho exatamente por que existe um "deus" na psiqué é uma evidência que possa haver um deus fora dela o qual é a origem dessa marca que vem em cada ser humano.

O termo deus aqui não seria o melhor, é sim, Consciência. De fato, não precisamos pensar para respirar, mas a respiração ao invés de inconsciente, ela não seria apenas "autônoma"? Digo isso por que nós temos plena consciência de que respiramos. Agora, há milhões de reações químicas e biológicas no nosso corpo que nos são de fato inconsciente, pois nem mesmo sabemos que existem se não as estudarmos...rss

E isso para mim é só mais um ingrediente dessa complexidade insana que é o nosso organismo, o qual com toda certeza, não foi feito "ao acaso" ou por acidente. É ter fé demais que esses mecanismos que nós nem mesmo percebemos que existem em nós, sejam resultados de algum acidente cósmico.

Há evidências, há evidências...só não vê quem não quer.

valeu, Marcinho, não vou ficar te alugando, pois esta tua postagem já foi bem longe e foi para mim muito proveitosa.

abração, amigo.
Marcio Alves disse…
DUZINHO

Vamos fazer o seguinte: vamos colocar este comentário (o das perguntas) no devido lugar que ele merece...como postagem, o que achas???