Carnaval de Menino "Crente"




Na volta da escola dominical (1958):
Meu rosto brilhava de satisfação — Era CARNAVAL
Época em que passeava pelas ruas de minha cidade
Para viver o maior espetáculo da terra.
Nada daquilo era condenável para mim
A minha máscara de “crente”, eu a retirava por três dias.

Essa arte eu aprendi logo cedo
Aprendi desde os tempos das primeiras letras:
Negar para não sofrer”.
Confirmava o que meus pais diziam, mas só da boca para fora:
“Carnaval é coisa do cão...”

Hoje é Sábado de Carnaval,
Belo dia, em que sem culpa e sem medo, posso satisfazer meu DESEJO.
No meu tempo de “menino crente
Enquanto uns colocavam máscaras
Eu tirava as minhas, para escondidamente, frevar
Com o coração nas ruas alegres e engalanadas do meu torrão natal.

Sem me esconder por trás da máscara de “menino crente”
Dos tempos de outrora
Trago, hoje, uma amostra das marchinhas dos meus velhos carnavais.




P.S.:

Este texto foi postado originariamente no “Ensaios & Prosas,  no carnaval do ano passado.
Para relaxar os nossos neurônios tão cansados de filosofar, resolvi republicá-lo, junto com o vídeo que traz alguns dos frevos nordestinos mais tocados nos anos 50.
Talvez essas marchinhas não sejam do tempo da maioria dos confrades da C.P.F.G.   Arrisco dizer que eles estão não só em minhas lembranças, como também na memória dos caros confrades: Altamirando, Guiomar, Edson e Eduardo. (rsrs)

Tenham todos um Bom Carnaval.
                                             Levi B. Santos


Comentários

Eduardo Medeiros disse…
Levi, apesar de eu conhecer a maioria dessas inesquecíveis marchinhas(minha cultura musical antiga é razoável..rss), não é do meu tempo não rssss

Minha mãe às vezes, quando eu era menino, soltava uns trechos de algumas delas. Era um tempo onde ela não era tão fundamentalista. Já meu pai gostava de ficar cantando:

"Atravessamos o deserto do saara
o sol estava quente e queimou a nossa cara
alálaôÔÔ..ai que calor..."

rsssssss

bom carnaval a todos. para quem gosta da folia, moderação e canja de galinha não fazem mal a ninguém.
Eduardo Medeiros disse…
bom, Levi, eu disse que não era do meu tempo por que eu sou de 65, e creio que essas modinhas sejam dos anos 50, não?
Levi B. Santos disse…
É Eduardo, confundi-me totalmente. Talvez o meu inconsciente quisesse dizer que esses frevos eram do tempo de teu pai (kkkk)

Acho que só o Miranda e a Guiomar, é que se lembram desses saudosos chorinhos, na voz do pernambucano Claudionor Germano.

Ihhh! Acho que dei outra mancada, pois o Miranda é de Belém do Pará, e lá o ritmo preferido nessa época não é o frevo, é sim, o carimbó (rsrs)
Edson Moura disse…
Fala galera da Confraria. Mais um ano se passou e outro Carnaval chegou, e por incrível que pareça (não tem nada de incrível nisto) eu continuo odiando o carnaval, futebol e praia. Mas deixemos de lado nossas insatisfações com os eventos que mais animam e tiram o povo do buraco existencial que tornou-se viver para apenas neste período darmos as mãos e esquecemos dos "pobremas". Afinal , não foi assim que disseram: "O carnaval é o ópio da massa".

Abraços
Alegria, alegria!... Ainda existem adultos crentes colocando máscara nestes dias. Não duvido tocarem marchinhas do carnaval nas igrejas neste domingo. O funk e o brega já estão, porquê não, marchinhas? "Eu vou pra lua, eu vou morar lá".
Levi, você acertou uma e errou outra, empatou.
Não curti estas marchinhas pois quando foram lançadas eu já tinha alzaimer. He, he, he... Conheço-as.....
Sou da Bahia. Nasci na Bahia, mas resolvi trabalhar e porisso estou no Pará. "Eu não sou daqui, eu não tenho amor, eu sou da Bahia de São Salvador". E carimbó é comigo mesmo!...Principalmente o carimbó de Marapanim.
Até hoje os carnavais de clubes fechados tocam as velhas marchinhas. Não existem novos lançamentos."Jogue a chave, meu amor, não chateia por favor".
Levi B. Santos disse…
O poeta é aquele que chora e rir sem que ninguém perceba.(rsrs)

Não acredito que o Edson Noreda do blog "Produtos do Amor" não tenha sentido nada ao ouvir as belas marchinhas do vídeo que postei.(rsrs)

Não sei não, mas como dizia Tenessee Williams em sua mais famosa peça Um Bonde Chamado DESEJO :

DESEJO!... é o nome do BONDE que atravessa barulhento o quarteirão de minha velha e estreita rua, subindo e descendo...
Levi B. Santos disse…
Ah, Miranda, já lá se vão 25 anos quando numa casa grande de um engenho, aqui na Paraiba, cheguei a passar quase uma tarde inteira cantando o carimbó “Sinhá Pureza” com colegas e acompanhado de um violão. O ritmo dessa dança é qualquer coisa de extraordinário.

A letra vai aí, em homenagem a teu segundo torrão (rsrs):

Vou "ensiná" sinhá Pureza
A dançar o meu sirimbó
Sirimbó que remexe e mexe
Sirimbó da minha vovó

Vai dançando, sinhá Pureza
Rebolando, pode requebrar
Carimbó, sirimbó é gostoso
É gostoso em Belém do Pará

Ô-lê-lê, ô-lá-lá
Misturei carimbó e siriá
Carimbó, sirimbó é gostoso
É gostoso em Belém do Pará

Ô-lê-lê, ô-lá-lá
Misturei carimbó e siriá
Carimbó, sirimbó é gostoso
É gostoso em Belém do Pará
Este carimbó é do Pinduca e eu não gosto das misturas regionais que ele faz para cantar no nordeste. Até gíria dos morros cariocas ele põe no meio do carimbó. Cada região do Pará tem uma batida exclusiva para seu carimbó. Verequeto, Chico Braga.
Certa vez um amigo muito querido chamado Marcus Odilon Ribeiro Coutinho, um paraibano arretado, me convidou para passar uns dias na Paraíba e era véspera de carnaval mas não deu para eu ir. Estou querendo pagar uma visita a um outro amigo no Rio Grande do Norte e dou uma navegada por aí. Os estados nordestinos são do tamanho dos nossos municípios. Ôpa!...Está virando span e aqui não é cofessionário.
Levi B. Santos disse…
Miranda


Tenho pra mim que o Marcus Odilon é o único político do Brasil a assumir seis mandatos de prefeito (rsrs). Administrou cidades como: Santa Rita (4 vezes); Juarez Távora (2 vezes ) ― à dez km de A. Grande, minha terra Natal.

Parece-me que o homem é incansável, pois aos 71 anos de idade, está pensando em candidatar-se a prefeitura de Bayeux em 2012, cidade vizinha a sua querida Sta Rita.

O homem nasceu para ser prefeito mesmo, e ainda teve tempo de escrever obras de relevância no cenário paraibano. Não o conheço de perto, mas deve ter um grande arsenal de conhecimentos.

Em vindo à João Pessoa, Miranda, não deixe de entrar em contato comigo, para agendarmos um encontro ecumênico (rsrs)
Levi,
Você deveria conhecê-lo. Ele discursa seis assuntos diferentes e simultâneos sem perder a seqüência de nenhum deles. Tem uma inteligência escumunal. Político de direita, muito culto e bem informado. O município de Paragominas PA deve a Marcus Odilon o mérito de ter se tornado um grande produtor agrícola. Numa hora destas eu te procuro aí,aguarde.
O Marcus Odilon é um escritor da mesma estirpe que o Ariano Suassuna, tenho algumas obras autografadas.
Velha raposa, tanto na política, na escrita e nos negócios.
Elídia :) disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Elídia :) disse…
Oi galera!srsr Bom, eu n odeio carnaval, eu odeio o q fazem c ele...os outodoors e camarotes de cervejaria o digam. Esse 'carnaval do dr Levi' q eh uma maravilha, eh o carnaval do Jorge Amado, é a folia eh a ressaca do q começa na segunda e termina na quarta de cinzas, rsrsrs. Uma musiquinha pra vcs meus caros amigos,
http://youtu.be/xKvpnuUQY0E

Vem pra minha ala
Que hoje a nossa escola vai desfilar
Vem fazer história
Que hoje é dia de glória nesse lugar

Vem comemorar
Escandalizar ninguém
Vem me namorar,
Vou te namorar também

Vamos pra avenida
Desfilar a vida, carnavalizar

Na Portela tem Mocidade
Imperatriz
No Império tem
Uma Vila tão feliz

Beija-Flor vem ver
A porta-bandeira
Na Mangueira tem morenas da Tradição

Sinto a batucada se aproximar
Estou ensaiado para te tocar

Repique tocou, o surdo escutou
E o meu corasamborim

Cuíca gemeu
Será que era eu
Quando ela passou por mim
Anônimo disse…
Eu já toquei em alguns carnavais, mas é coisa do tipo que o Levi postou. O carnaval sexo, drogas e samba eu to fora, graças a Deus. Já acompanhei algumas concentrações de escolas de samba também, e é cada confusão... A música é boa, com certeza, o problema são as coisas que muitas pessoas fazem ao som delas.
Caro Levi,

Eu já tinha lido e comentado em seu blogue no Carnval passado.

Realmente muito bom e oportuno seu texto.

Aproveito para compartilhar com os demais as lembranças que tenho do Carnaval na época de infância, quando me fantasiavam-me de índio contra minha vontade. Texto, aliás, também do ano passado e que foi o primeiro a comentar:

"O que penso sobre o Carnaval "
http://doutorrodrigoluz.blogspot.com/2011/02/o-que-penso-sobre-o-carnaval.html

Abração!
Levi B. Santos disse…
Estou com você , Isaías.

No meu tempo de menino, o que me encantava no carnaval era o ritmo extasiante e a beleza das melodias tocadas por instrumentos de sopro e sanfona. Ficava extasiado ante a alegria contagiante e o colorido chamativo das fantasias, em meio ao cheiro perfumado que exalava no ar, proveniente das lanças-perfume da marca RODOURO, que na época tinha comércio livre em todo o país.

Naqueles saudosos anos, em minha cidade, as ruas fervilhavam de adultos e crianças vestidos de cetim de cores as mais variadas dançando no ritmo alucinante do frevo. Não se via nudez, nem apelação. Se havia muita bebedeira, nunca procurei investigar.

Adorava tudo aquilo, reservadamente, pois ai de mim se demonstrasse que gostava de carnaval para meus pais Assembleianos rígidos.
Dos meus momentos de tristeza quando chegava a quarta-feira de cinzas, só eu e Deus sabíamos. (rsrs)
Anônimo disse…
Eu te entendo, Levi. Eu gosto de samba e choro, mas quando certa vez disse para um professor particular de trompete (assembleiano) que eu gostava de chorinho ele nunca mais voltou, hehehe.
Levi B. Santos disse…
Elídia

Curti a bela letra e melodia dos Tribalistas.

A sorridente e esfuziante criança da propaganda que tem no vídeo, antes do início da música, fez-me lembrar de minha neta mais velha de 7 anos de idade.
Na escolinha de minha neta houve uma brincadeira sexta-feira passada em comemoração ao carnaval.

Veja o que ela veio me contar, hoje:

— Vovô eu pulei carnaval na minha escola. Eu gostei tanto. E agora como é que vou ir para o céu .

Respondi:

O que Gabrielle? Deus gosta de alegria, minha filha

Ela então, com um ar de quem queria conciliar as duas coisas, perguntou de imediato:

— E lá tem carnaval, vovô. A professora da minha classe (da escola dominical na igreja), disse que carnaval é coisa do cão.

Fiquei com os meus botões a perguntar para mim mesmo: Puxa, a respeito do carnaval, nas Assembleias de Deus continua tudo como no meu tempo. (rsrs)
Elídia :) disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Elídia :) disse…
rsrsrs continua sim dr Levi, mas q bom q ela tem um avô como o sr, que sabe reconhecer nessa uma alegria pura, infantil...q linda história. Abçs
Eduardo Medeiros disse…
Meus compadres,

cheguei ontem de viagem; fui curtir o carnaval na praia!! O Eduardinho foi devidamente aprensentado à ela. Depois conto a aventura. rsss

Levi e Mirandinha,

gostei muito da conversa de vocês, de todas essas lembranças; desse carnaval "puro" de "antigamente" como já não se vê hoje. E se os dois chegarem de fato a se encontrarem, imagino como será boa a prosinha que irá rolar entre vocês :)

Mirandinha,

meu pai também é baiano; minha mãe natalense. Morei muito tempo em Salvador, no bairro do IAPI onde até hoje moram muitos tios e tias e primos aos montes. Tô precisando voltar lá.

É isso. O ano de 2012 de fato, começou...rsss

E antes que eu me esqueça:

O NOSSO AMIGO EDSON NOREDA É UM CHATO.

kakakakakkakak
Levi B. Santos disse…
Bem, senhores confrades

Acabou o Carnaval.

Torço, para depois desta quanta feira de cinzas, o Márcio ou o Rodrigo (que estão na vez) postarem algo interessante para atiçar os nossos neurônios que ficaram desativados no período momesco. (rsrs)
Elídia :) disse…
sim, se n postarem tenho algo bem interessante aqui, contanto q concordem hehehe